Prêmio Nobel contra a Malária

O Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia de 2015 foi entregue no dia 05/10 aos cientistas responsáveis por terapia inédita contra malária.

Os vencedores foram William C. Campbell, microbiologista da Universidade Drew, em Madison, New Jersey; Satoshi Omura, um microbiologista da Universidade de Kitasato, no Japão; e Tu Youyou, uma farmacologista na Academia Chinesa de Ciências Médicas em Pequim.

Os cientistas desenvolveram terapias contra infecções parasitárias e por isso ganharam Prêmio Nobel de Medicina e fisiologia deste ano.

NObel
Laureados com Nobel de medicina 2015

Na década de 1970, Campbell e Omura descobriram uma classe de compostos, chamados avermectinas, que combatem os parasitas que causam infecções, como a  oncocercose (cegueira dos rios) e filariose linfática. O mais potente deles foi lançado no mercado em 1981 como o fármaco: ivermectina.

Já a farmacologista chinesa Tu Youyou havia ganhado o prêmio Lasker em 2011, pelo desenvolvimento do fármaco antimalárico artemisina no final dos anos 1960 e 1970. Ela é a primeira cientista com base na China a ganhar um prêmio Nobel.

A malária ainda é um importante problema de saúde pública no Brasil, com cerca de 306.000 casos registrados em 2009. Causada pelo parasita Plasmodium,  é transmitida através das picadas de mosquitos infectados. No corpo humano, os parasitas multiplicam-se no fígado, e em seguida, infectam as células vermelhas do sangue.

Os sintomas da malária incluem febre, dor de cabeça e vômitos, e geralmente aparecem entre 10 e 15 dias após a picada do mosquito. Se não for tratada, a malária pode rapidamente tornar-se risco de vida por perturbar o fornecimento de sangue aos órgãos vitais. Em muitas partes do mundo, os parasitas desenvolveram resistência à alguns medicamentos contra a malária.

As principais intervenções para controlar a malária incluem: tratamento rápido e eficaz com terapias combinadas à base de artemisinina; Uso de redes insecticidas para pessoas em situação de risco; e pulverização de inseticidas para controlar os mosquitos vetores.

De acordo com as últimas estimativas da OMS, publicadas em dezembro de 2014, havia cerca de 198 milhões casos de malária em 2013 e um número estimado de 584.000 mortes. As taxas de mortalidade causada pela malária caíram de 47% em nível mundial desde 2000, e em 54% na somente na Região Africana.

A maioria das mortes ocorrem entre crianças que vivem em África, onde uma criança morre a cada minuto de malária. As taxas de mortalidade da malária entre crianças na África foram reduzidas para uma estimativa de 58% desde 2000.

Na década de 1960, os principais tratamentos contra a malária foram cloroquina e quinina. Em 1967, a China estabeleceu um projeto nacional para descobrir novas terapias contra a malária. Tu e sua equipe examinaram mais de 2.000  ervas chinesas para procurar moléculas com atividade antimalárica. Um extrato da planta Artemisia annua revelou-se particularmente eficaz e em 1972, da qual os pesquisadores isolaram artemisinina.

Para saber mais:

Nobel de Medicina 2015

Malária – Biologia e Patogênese

Malária – Informações Oficiais OMS

 

Por: Gyselle Holanda

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